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A Judicialização de Medicamentos de Alto Custo: Como Funciona e Quais São as Chances de Sucesso

Nos últimos anos, a judicialização da saúde tem crescido significativamente no Brasil, especialmente no que diz respeito ao acesso a medicamentos de alto custo. Esses medicamentos, essenciais para o tratamento de doenças graves e raras, muitas vezes não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) ou não são cobertos por planos de saúde privados, seja pela alta despesa que representam ou por questões burocráticas.

Diante disso, milhares de pacientes recorrem à Justiça para garantir o direito ao tratamento. Mas como funciona esse processo? Quais são as chances reais de sucesso? E o que o cidadão precisa saber para garantir seus direitos de forma eficaz e segura?

Neste artigo completo, o escritório Ferreira Cruz Advogados explica, em linguagem simples e acessível, tudo o que você precisa entender sobre a judicialização de medicamentos de alto custo, seus fundamentos legais, procedimentos e dicas importantes.

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O que é a judicialização da saúde?

Judicialização da saúde é o termo usado para definir o aumento do número de processos judiciais em que pacientes ou seus representantes buscam garantir o acesso a tratamentos, medicamentos, internações, exames e outros procedimentos de saúde, que estão sendo negados ou não disponibilizados pelo Estado ou pelos planos de saúde.

Esse fenômeno tem crescido em função das dificuldades de acesso e da necessidade urgente de tratamentos que, muitas vezes, não constam no rol da ANS, no protocolo do SUS ou são considerados muito caros.

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Por que os medicamentos de alto custo são alvo frequente de judicialização?

Medicamentos de alto custo são remédios cujo valor é muito elevado, podendo ultrapassar dezenas ou até centenas de milhares de reais por mês de tratamento. Muitas dessas drogas são essenciais para tratar doenças crônicas graves, cânceres, doenças raras, imunodeficiências e outras condições que demandam terapias específicas e contínuas.

As razões pelas quais esses medicamentos são alvo de judicialização incluem:

● Falta de fornecimento pelo SUS: O SUS possui protocolos e listas oficiais (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME), e alguns medicamentos de alto custo não fazem parte dessa lista, ou têm fornecimento restrito.

● Negativa ou demora dos planos de saúde: Planos privados muitas vezes negam a cobertura de remédios caros, alegando exclusões contratuais ou ausência no rol da ANS.

● Alto custo e burocracia: Mesmo quando o medicamento é disponibilizado, a burocracia pode atrasar o início do tratamento.

● Atualização lenta dos protocolos: Novos medicamentos podem não ser incorporados rapidamente pelo SUS, causando a necessidade da judicialização para acesso emergencial.

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Quais são os fundamentos legais para pedir medicamentos na Justiça?

No Brasil, o direito à saúde está garantido na Constituição Federal, em seu artigo 196, que determina que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Isso significa que o Estado tem a obrigação de fornecer os tratamentos e medicamentos necessários para a manutenção da saúde e da vida.

Além disso, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) protege o beneficiário contra práticas abusivas por parte das operadoras de planos de saúde.

A Lei nº 8.080/1990, que organiza o SUS, também reforça o acesso universal e integral ao sistema público de saúde.

Por isso, quando o Estado ou plano de saúde não fornece o medicamento necessário, o cidadão pode buscar a Justiça para fazer valer o direito constitucional à saúde.

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Quem pode pedir a judicialização dos medicamentos?

Podem ingressar com a ação judicial:

● Pacientes diretamente, com ou sem advogado (para causas de menor valor, há possibilidade de ajuizamento na Justiça Gratuita);

● Familiares ou responsáveis legais, quando o paciente não puder agir por si;

● Entidades e associações que representam pacientes, em ações coletivas.

Importante: O pedido deve ser sempre acompanhado de documentação médica comprovando a necessidade do medicamento.

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Quais documentos são necessários para entrar com uma ação judicial?

Para iniciar o processo, é fundamental reunir documentos que comprovem a necessidade e a prescrição do medicamento. Entre eles:

● Receita médica ou prescrição detalhada;

● Relatório médico com diagnóstico, justificando o uso do medicamento;

● Exames que comprovem a doença;

● Protocolo ou negativa formal da Secretaria de Saúde ou do plano de saúde;

● Documentos pessoais do paciente (RG, CPF);

● Contrato do plano de saúde (se for o caso).

Quanto mais completa a documentação, maiores as chances de sucesso no pedido judicial.

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Como funciona o processo de judicialização de medicamentos de alto custo?

1. Consulta e avaliação do caso

O primeiro passo é procurar um advogado especializado em direito da saúde, que irá analisar toda a documentação médica, o contrato do plano de saúde (quando houver) e os dados do paciente para avaliar a viabilidade do pedido.

2. Ajuizamento da ação

Com base na análise, o advogado prepara a petição inicial com todos os documentos e argumentos jurídicos, pedindo que a Justiça obrigue o Estado ou plano de saúde a fornecer o medicamento.

3. Pedido de tutela antecipada ou liminar

Dada a urgência dos tratamentos, geralmente o pedido inclui uma tutela antecipada (ou liminar), que obriga a parte contrária a fornecer o medicamento imediatamente, antes mesmo do julgamento final da ação.

4. Defesa do réu

O Estado ou plano de saúde apresenta sua defesa, alegando motivos para negar ou postergar o fornecimento.

5. Produção de provas e perícia médica

Em alguns casos, o juiz pode determinar perícia médica para avaliar a real necessidade do medicamento.

6. Decisão judicial

O juiz decide, com base nos documentos, provas e perícia, se o medicamento deve ser fornecido. Em geral, os pedidos são deferidos, especialmente quando o medicamento é imprescindível e comprovadamente indicado.

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Quais são as chances de sucesso na judicialização?

Embora cada caso seja diferente, as chances de êxito são consideráveis, principalmente se:

● A documentação médica for clara e consistente;

● O medicamento for essencial e indicado por especialista;

● Houver negativa formal do SUS ou do plano de saúde;

● O paciente estiver em situação de urgência ou risco de agravamento.

Estudos indicam que grande parte das ações judiciais de medicamentos tem decisão favorável ao paciente, uma vez que o direito à saúde é prioritário.

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Quais cuidados tomar antes de judicializar um medicamento?

● Avaliar alternativas terapêuticas: nem sempre o medicamento solicitado é a única opção; o médico pode indicar alternativas que já são fornecidas pelo SUS ou pelo plano.

● Verificar protocolos e políticas públicas: compreender se o medicamento já está disponível no sistema e os critérios para seu fornecimento.

● Buscar auxílio jurídico especializado: evitar decisões precipitadas, pois o processo judicial deve ser bem fundamentado.

● Ter paciência e organização: a judicialização pode levar algum tempo, embora a liminar acelere o início do tratamento.

● Consultar grupos de apoio e associações: entidades de pacientes podem fornecer informações úteis e suporte.

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O que fazer se a decisão judicial for negativa?

Caso o pedido seja negado em primeira instância, ainda é possível recorrer às instâncias superiores. O advogado irá analisar os motivos da decisão para preparar recursos e buscar reverter o resultado.

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E se o medicamento for disponibilizado pelo SUS ou plano, mas com atraso?

Nesses casos, o paciente pode ingressar com ação judicial para exigir o fornecimento imediato e ressarcimento pelos danos causados pelo atraso, como agravamento da doença ou sofrimento.

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Conclusão

A judicialização dos medicamentos de alto custo é uma ferramenta importante para garantir o direito constitucional à saúde, principalmente para pacientes com doenças graves que dependem de tratamentos caros e muitas vezes inacessíveis por vias administrativas.

Se você ou alguém da sua família precisa de um medicamento de alto custo e teve o acesso negado pelo SUS ou plano de saúde, é fundamental buscar orientação jurídica especializada para saber como agir, aumentar suas chances de sucesso e garantir seu direito à vida e à saúde.

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