Medicamento de Alto Custo Pode Ser Negado Por Causa de Carência no Plano de Saúde?


A questão da negativa de medicamentos de alto custo por parte dos planos de saúde é um tema que gera muitas dúvidas entre os pacientes. Um dos principais argumentos utilizados pelos planos de saúde para recusar a cobertura de certos tratamentos, especialmente quando se trata de medicamentos caros, é a chamada “carência”. Porém, é fundamental entender o que significa esse conceito, como ele se aplica no contexto dos planos de saúde e até que ponto ele pode ou não ser usado para negar a cobertura de medicamentos essenciais.

Medicamento de Alto Custo Pode Ser Negado Por Causa de Carência no Plano de Saúde?

A questão da negativa de medicamentos de alto custo por parte dos planos de saúde é um tema que gera muitas dúvidas entre os pacientes. Um dos principais argumentos utilizados pelos planos de saúde para recusar a cobertura de certos tratamentos, especialmente quando se trata de medicamentos caros, é a chamada “carência”. Porém, é fundamental entender o que significa esse conceito, como ele se aplica no contexto dos planos de saúde e até que ponto ele pode ou não ser usado para negar a cobertura de medicamentos essenciais.

O Que é a Carência no Plano de Saúde?

A carência no plano de saúde é o período inicial, após a contratação do plano, durante o qual o beneficiário não tem direito de utilizar todos os serviços previstos no contrato, mesmo estando em dia com o pagamento das mensalidades. Esse período é uma exigência das operadoras de planos de saúde, com o objetivo de evitar que pessoas que já necessitam de tratamentos ou atendimentos médicos busquem um plano de saúde apenas quando já têm uma condição de saúde pré-existente.

Em termos práticos, a carência é uma maneira de assegurar que os planos de saúde não sejam sobrecarregados por pacientes que contratam um plano apenas para realizar tratamentos caros e, em seguida, cancelam a adesão. Além disso, a carência tem como objetivo equilibrar os custos operacionais dos planos, visto que muitos tratamentos médicos e cirúrgicos podem gerar altos custos para a operadora, especialmente nos primeiros meses de contrato.

Como Funciona a Carência?

A carência é regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pode variar conforme o tipo de serviço solicitado e o tipo de plano contratado. O prazo de carência deve ser informado ao paciente no momento da adesão ao plano, e a operadora tem a obrigação de respeitar os limites estabelecidos pela ANS.

Prazos de Carência Comuns

  • Consultas e exames simples: Até 30 dias de carência, dependendo do tipo de plano.
  • Emergências e urgências: 24 horas após a adesão, sem carência para situações de emergência, com algumas exceções para planos com restrições específicas.
  • Internações e tratamentos cirúrgicos: 180 dias (6 meses) de carência, sendo este um prazo usualmente aplicado para tratamentos e cirurgias programadas.
  • Tratamentos para doenças preexistentes: Até 24 meses de carência, dependendo da condição e da forma como ela é diagnosticada e informada à operadora.

Como a Carência Afeta o Acesso a Serviços Médicos?

O principal impacto da carência é que, durante o período de espera, o paciente não poderá acessar todos os serviços para os quais pagou. Em situações emergenciais, como em casos de acidente ou doenças graves, a carência não pode ser aplicada para negar atendimento. No entanto, tratamentos eletivos ou cirurgias planejadas podem ter a cobertura negada se não for cumprido o prazo de carência.

Exceções e Direitos do Paciente

Apesar de as operadoras de planos de saúde terem a liberdade de estabelecer prazos de carência, existem regras específicas que limitam a aplicação dessa condição, como:

  • Emergências e urgências: Mesmo durante o período de carência, o paciente tem direito ao atendimento emergencial, com o prazo de carência sendo de 24 horas.
  • Doenças preexistentes: Se o paciente já apresentar uma doença pré-existente, o prazo de carência para tratamento pode ser de até 24 meses, mas ele deve ser informado sobre essa condição no momento da contratação.
  • Cobertura Integral: A ANS proíbe que o plano de saúde aplique a carência para atendimentos em casos de doenças ou condições graves que exigem tratamento imediato e que possam comprometer a saúde do paciente.

Como Contornar a Carência?

Para garantir que o paciente não seja prejudicado por um longo período de carência, algumas estratégias podem ser adotadas, como:

  • Verificar as condições do contrato: Antes de assinar um contrato com um plano de saúde, é fundamental que o beneficiário leia atentamente as cláusulas que tratam da carência e das exceções, garantindo que esteja ciente dos prazos e condições para o acesso aos serviços.
  • Aderir a planos com menor prazo de carência: Existem planos de saúde que oferecem menores períodos de carência ou até mesmo isentam o paciente da carência para certos serviços, como emergências. Comparar os diferentes planos pode ser útil.
  • Busca por alternativas emergenciais: Caso um paciente precise de um atendimento emergencial e o plano de saúde esteja aplicando carência de maneira indevida, ele pode buscar alternativas por meio de SUS (Sistema Único de Saúde) ou até recorrer à Justiça para garantir a cobertura do tratamento.

Medicamento de Alto Custo: Definição e Exemplo

Os medicamentos de alto custo são aqueles cuja produção, distribuição e comercialização envolvem investimentos financeiros significativos, sendo frequentemente utilizados no tratamento de doenças graves, complexas ou raras. Esses medicamentos, muitas vezes inovadores, são essenciais para o manejo de condições que não podem ser tratadas com medicamentos convencionais ou que exigem terapias específicas e prolongadas.

Esses medicamentos se destacam pelo seu custo elevado, que pode ser um obstáculo para pacientes que dependem deles para tratamento, especialmente no caso de doenças crônicas ou raras. Como consequência, a questão do acesso a esses medicamentos é uma das maiores preocupações tanto no âmbito público quanto privado, dado o impacto financeiro sobre pacientes e sistemas de saúde.

Definição

Medicamentos de alto custo são produtos farmacêuticos que apresentam preços significativamente superiores aos medicamentos convencionais, devido a vários fatores, como:

  1. Tecnologia avançada: Muitos desses medicamentos são criados a partir de pesquisas científicas de ponta, utilizando tecnologias de biotecnologia ou engenharia genética, como os medicamentos biológicos ou biossimilares.
  2. Raridade da doença tratada: Medicamentos utilizados para tratar doenças raras ou condições específicas, conhecidas como doenças órfãs, muitas vezes têm custos elevados devido ao baixo número de pacientes e à limitação do mercado.
  3. Custo de produção e pesquisa: O desenvolvimento de medicamentos inovadores é um processo dispendioso, que envolve extensos testes clínicos e regulamentações rigorosas.
  4. Tratamentos prolongados ou contínuos: Alguns desses medicamentos exigem uso contínuo ao longo da vida do paciente, o que acarreta um custo elevado, seja pelo custo unitário do medicamento, seja pela frequência com que é administrado.

Exemplos de Medicamentos de Alto Custo

  1. Medicamentos para Doenças Raras (Medicamentos Órfãos)
    • Exemplo: Enzyme Replacement Therapy (ERT) para Doença de Gaucher ou Doença de Fabry: Esses medicamentos ajudam a repor as enzimas deficientes no corpo dos pacientes, sendo extremamente caros. O custo de tratamentos como esses pode superar R$ 1 milhão por ano em alguns casos, devido ao seu custo de produção e ao número limitado de pacientes que os necessitam.
  2. Medicamentos Biológicos para Câncer
    • Exemplo: Imunoterapia para câncer de pulmão ou melanoma: Medicamentos como nivolumabe (Opdivo) ou pembrolizumabe (Keytruda) são exemplos de medicamentos biológicos que utilizam o sistema imunológico do paciente para combater o câncer. Eles têm um custo elevado, com alguns tratamentos custando dezenas de milhares de reais por mês.
  3. Medicamentos para HIV/AIDS
    • Exemplo: Terapia antirretroviral (TAR): Embora os medicamentos para o tratamento de HIV tenham se tornado mais acessíveis ao longo dos anos, existem terapias de última geração, como os medicamentos combinados em um único comprimido, que são mais caros e podem ser exigidos para pacientes que não respondem bem a tratamentos convencionais.
  4. Medicamentos para Artrite Reumatoide
    • Exemplo: Inibidores de TNF-alfa (etanercepte, infliximabe): Utilizados para tratar doenças autoimunes como a artrite reumatoide, esses medicamentos têm um custo significativo, especialmente se forem administrados ao longo de vários anos.
  5. Medicamentos para Hepatite C
    • Exemplo: Sofosbuvir (Sovaldi): Este medicamento revolucionário foi desenvolvido para o tratamento da Hepatite C e tem um custo elevado, embora tenha sido progressivamente incorporado ao SUS para garantir o acesso aos pacientes.

Características dos Medicamentos de Alto Custo

Além do preço elevado, os medicamentos de alto custo apresentam outras características que os distinguem de medicamentos comuns:

  1. Acesso restrito: Muitas vezes, os medicamentos de alto custo estão disponíveis apenas por meio de programas específicos de assistência do governo (como o SUS), ou através de planos de saúde que incluem terapias mais avançadas.
  2. Desafios regulatórios: Os medicamentos de alto custo enfrentam um processo regulatório rigoroso, como aprovação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela FDA (nos Estados Unidos), além de exigências éticas e científicas nas pesquisas que comprovem sua eficácia e segurança.
  3. Cobertura limitada por planos de saúde: Apesar de sua importância, nem sempre os planos de saúde cobrem esses medicamentos, ou podem aplicar limitações, como a necessidade de cumprimento de carência, comprovação de necessidade clínica ou negociação de preços com os fabricantes.

A Questão do Acesso aos Medicamentos de Alto Custo

O alto custo desses medicamentos tem gerado desafios consideráveis para pacientes e sistemas de saúde em muitos países. No Brasil, a questão é particularmente relevante, dado o alto custo de certos tratamentos e a sobrecarga dos sistemas de saúde pública e privada.

Alternativas para o Acesso

  1. Sistema Único de Saúde (SUS): O SUS tem a responsabilidade de fornecer medicamentos de alto custo para tratamentos essenciais, como aqueles usados para doenças raras ou crônicas graves. No entanto, a falta de recursos e a burocracia podem dificultar o acesso a esses medicamentos.
  2. Planos de Saúde: Alguns planos de saúde oferecem cobertura para medicamentos de alto custo, mas frequentemente impõem restrições, como a exigência de tratamento prévio, autorização específica e requisitos de carência.
  3. Programas de Assistência ao Paciente (PAPs): Diversas farmacêuticas oferecem programas de assistência, nos quais os pacientes podem obter medicamentos de alto custo com descontos significativos ou, em alguns casos, de forma gratuita, principalmente para doenças raras ou graves.

Desafios do Sistema de Saúde Público

A carência de recursos e a crescente demanda por medicamentos de alto custo são desafios enfrentados pelo SUS e pelas operadoras de planos de saúde. As filas de espera, a falta de medicamentos essenciais e a escassez de recursos muitas vezes resultam em frustração para os pacientes, que precisam lutar pelo direito ao tratamento adequado.

A Carência Pode Ser Usada Para Negar Medicamentos de Alto Custo?

Os medicamentos de alto custo, especialmente aqueles utilizados no tratamento de doenças raras ou graves, como câncer, doenças autoimunes e distúrbios genéticos, são fundamentais para a saúde do paciente. No entanto, nem todos os planos de saúde oferecem cobertura integral para esses medicamentos, ou podem estabelecer critérios rigorosos para sua concessão, como a necessidade de comprovação de eficácia, limitação de tratamentos ou exigência de tratamento prévio.

O que ocorre quando a carência é aplicada aos medicamentos de alto custo?

  1. Medicamentos Essenciais e Urgentes: Em situações emergenciais, onde o medicamento de alto custo é necessário para salvar a vida ou tratar uma condição grave, o plano de saúde não pode negar a cobertura, mesmo durante o período de carência. Isso se aplica, por exemplo, a tratamentos de câncer agressivo ou a medicamentos que são imprescindíveis para a sobrevivência do paciente.
  2. Medicamentos para Tratamentos Programados: Quando o medicamento de alto custo está relacionado a tratamentos programados e não emergenciais, a carência pode ser um fator a ser considerado. Ou seja, se o paciente ainda estiver no período de carência, o plano de saúde pode se recusar a cobrir o medicamento, principalmente se ele não estiver previsto no rol de cobertura obrigatória da ANS.

A Aplicação da Carência no Caso de Medicamentos de Alto Custo

A aplicação da carência para negar medicamentos de alto custo depende de vários fatores, incluindo o tipo de plano de saúde, a natureza do medicamento, e a necessidade clínica do paciente. A seguir, detalhamos as situações mais comuns que envolvem a carência e o acesso a medicamentos de alto custo.

  1. Medicamentos Não Abrangidos pelo Rol da ANS

O rol de procedimentos e eventos em saúde da ANS define os tratamentos e medicamentos que os planos de saúde são obrigados a cobrir. No entanto, medicamentos de alto custo que não estão inclusos neste rol, como alguns medicamentos para doenças raras ou tratamentos de última geração, podem ser negados durante o período de carência, principalmente em planos de saúde que não oferecem cobertura adicional para esses casos.

  1. Medicamentos de Alto Custo e Doenças Raras

Em casos de doenças raras, os planos de saúde podem impor a exigência de cumprimento do prazo de carência para liberar tratamentos com medicamentos de alto custo, o que pode ser um desafio para pacientes que necessitam de um acesso rápido a esses tratamentos. Embora esses medicamentos muitas vezes sejam indispensáveis para o controle da doença, o plano de saúde pode alegar que a carência deve ser cumprida, caso o tratamento seja programado e não emergencial.

  1. Medicamentos para Tratamentos de Longo Prazo

Em situações em que o tratamento com medicamento de alto custo é parte de uma terapêutica prolongada (como o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide ou esclerose múltipla), a carência também pode ser aplicada. Isso ocorre especialmente se o medicamento for prescrito como parte de um planejamento terapêutico não urgente.

  1. Cobertura de Medicamentos por Programas de Assistência ao Paciente (PAPs)

Uma alternativa para pacientes que enfrentam dificuldades para obter medicamentos de alto custo devido à carência é a utilização de Programas de Assistência ao Paciente (PAPs) oferecidos pelos fabricantes dos medicamentos ou por organizações governamentais e não governamentais. Esses programas podem fornecer acesso aos medicamentos de forma gratuita ou com grandes descontos, independentemente do período de carência do plano de saúde.

Direitos dos Pacientes: Como Lidar com a Negativa do Plano de Saúde

Os pacientes têm o direito de exigir acesso aos medicamentos necessários para o tratamento de suas condições de saúde, especialmente quando esses medicamentos são essenciais para a manutenção da vida e da saúde. Caso o plano de saúde recuse o fornecimento de medicamentos de alto custo devido à carência, o paciente pode recorrer aos seguintes direitos:

  1. Ação Judicial: Caso o medicamento seja essencial e o plano de saúde se recuse a fornecer, é possível entrar com uma ação judicial para garantir o acesso ao tratamento. A Justiça tem reconhecido, em diversos casos, que a negativa de medicamentos indispensáveis, principalmente em situações emergenciais ou de grande risco à saúde, não pode ser sustentada pela alegação de carência.
  2. Reclamação na ANS: Se a negativa de cobertura for indevida, o paciente pode registrar uma reclamação formal na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que pode intermediar o caso e garantir que a operadora do plano de saúde cumpra suas obrigações.
  3. Atenção ao Contrato de Adesão: O contrato de adesão do plano de saúde pode conter cláusulas específicas sobre a cobertura de medicamentos de alto custo. Nesses casos, é fundamental que o paciente ou seus representantes leiam atentamente as condições estabelecidas, para que possam verificar se o plano está cumprindo suas obrigações.

De acordo com a legislação brasileira, os planos de saúde têm a obrigação de fornecer a cobertura necessária para tratamentos de saúde, incluindo medicamentos de alto custo, assim que o período de carência for cumprido. A Lei nº 9.656/1998 e as resoluções da ANS garantem que os pacientes têm direito ao tratamento integral de suas condições de saúde, independentemente da carência, quando o medicamento for essencial e a cobertura do plano de saúde estiver vigente.

Se um paciente sofre uma recusa indevida de medicamento devido à carência, ele pode recorrer ao judiciário para garantir seu direito ao tratamento. Em muitos casos, a Justiça tem decidido a favor dos pacientes, entendendo que a saúde do indivíduo não pode ser comprometida por questões burocráticas relacionadas a prazos de carência.

O Que Fazer Quando O Medicamento de Alto Custo é Negado?

Se você, como paciente, for informado pela sua operadora de que um medicamento de alto custo necessário para o tratamento de sua condição foi negado devido à carência, existem algumas medidas que podem ser tomadas para garantir seu direito ao tratamento.

  1. Verifique as Condições do Contrato

Primeiramente, é importante revisar o contrato do plano de saúde para entender as cláusulas relacionadas à carência, especialmente em relação a medicamentos. Se o medicamento estiver relacionado a uma doença preexistente, a operadora tem o direito de aplicar a carência, mas se a doença for posterior à contratação ou se o tratamento for uma emergência, a carência não deve ser aplicada.

  1. Solicite uma Justificativa Por Escrito

Em caso de negativa, solicite uma justificativa por escrito à operadora, detalhando o motivo da recusa. Muitas vezes, a negativa pode ser revertida após uma análise mais detalhada, e uma justificativa formal pode ser necessária para dar entrada em uma queixa formal.

  1. Recorra à ANS

Caso a operadora persista na negativa, o paciente pode registrar uma reclamação formal junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A ANS tem o papel de fiscalizar e regulamentar as operadoras de planos de saúde e pode intervir quando houver descumprimento das normas estabelecidas.

  1. Ação Judicial

Se todas as tentativas administrativas falharem, a última opção é recorrer ao Judiciário. O paciente pode ingressar com uma ação judicial contra o plano de saúde para garantir a cobertura do medicamento de alto custo. Em muitos casos, a Justiça concede liminares favoráveis aos pacientes, determinando a imediata cobertura do tratamento.

Conclusão

Medicamentos de alto custo podem, sim, ser negados por planos de saúde com base no conceito de carência, mas apenas em situações específicas, como no caso de doenças preexistentes. Para tratamentos de urgência ou emergenciais, ou quando a doença não for preexistente, o plano de saúde não pode usar a carência como justificativa para negar o fornecimento do medicamento. Em qualquer situação de negativa indevida, os pacientes têm o direito de recorrer a outras alternativas, como reclamações junto à ANS ou ações judiciais, para garantir o acesso ao tratamento necessário.